quarta-feira, 6 de maio de 2009

Demos as mãos... - 15.04.08

Demos as mãos... perguntaste-me se tinha cigarros e, sem que me apercebesse, tudo começou...

Recordo a noite em que puseste a tua mão sobre a minha e o arrepio que senti no corpo.
Recordo os jantares diários, as conversas intermináveis, a troca de carinhos, o desejo desenfreado que nos unia.
Recordo o nosso primeiro beijo, acompanhado de uma sensação de queda livre.
Recordo a primeira vez que fizemos amor e chorámos de felicidade nos braços uma da outra.
Recordo o prazer dos dias passados na cama sem que nada mais importasse... até chegarmos a um ponto em que tu não sabias onde terminava o teu corpo e eu o meu.
Recordo sermos uma só.
Recordo um sentimento puro, de partilha e entrega totalitária.
Recordo a agonia das viagens que nos separavam e a ansiedade do regresso para os teus braços.
Recordo trinta mil "casa comigo"... um em particular, à saída de um comboio, junto com uma aliança feita de papel de halls e um beijo roubado em frente de todos os passageiros.
Recordo todo o teu corpo... os teus olhos meigos, os teus lábios carnudos, a tua língua revolta, os teus seios, as tuas ancas, o teu ventre, as tuas nádegas... o teu cheiro.
Recordo a luz do teu sótão de manhã a incidir sobre nós.
Recordo a leveza do teu toque, a suavidade da tua pele.
Recordo os nossos corpos entrelaçados contorcendo-se em perfeita sintonia.
Recordo Debussy.
Recordo o calor do teu corpo em mim.
Recordo todos os sítios onde fomos felizes.
Recordo juras de amor eterno, projectos até ao fim dos nossos dias, uma casa desenhada por ti para nós.
Recordo um medo insuportável de virmos a morrer uma sem a outra.
Recordo o teu sorriso lindo que sempre me encheu a alma.

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